Alguns dizem que a reencarnação não existe porque ela não está na Bíblia, como se tudo que existe tem que estar nela! Há apenas 170 anos a palavra “reencarnação” foi criada. Ademais, ela tem sinônimos e também expressões equivalentes a ela na Bíblia: ressurreição, ressurgimento, geração, renascimento, e, hoje, se diz também, vidas sucessivas, vidas múltiplas, vida anterior, vidas adas, como na chamada “terapia de vidas adas” (TVP), muito difundida no Primeiro Mundo por renomados cientistas da psiquiatria, neurologia e da psicologia, e que já é bem praticada também aqui no Brasil e em todo o mundo.
 
E um detalhe, a palavra grega “palingenesia” no Novo Testamento (Mateus 19:28; e Tito 3: 5), propositalmente traduzida errada por “regeneração”, é pouco falada nos meios cristãos, exatamente porque significa “reencarnação” e é bíblica. Mas, como diz o dito popular, “a mentira tem pernas curtas”. Hoje, essa palavra “palingenesia” já está bem conhecida dos escritores, dos meios midiáticos e até mesmo do grande público. 

Destacamos aqui que Jesus não reencarnou na Terra, mas encarnou-se, pois foi a primeira vez que Ele veio aqui. Daí João dizer no seu Evangelho que o Verbo (palavra) de Deus se encarnou entre nós, isto é, na espécie humana. No caso de Jesus, pois, no original em grego, não se diz “palingenesia” (reencarnação ou de novo na carne), mas “sarx” (carne), ou seja, na carne (pela primeira vez). Quem negar que Jesus Cristo veio em carne (“sarx”) é do anti-Cristo (Primeira Carta de João 4: 2). 

São Paulo fala em dois tipos de ressurreições, uma do espírito no mundo espiritual, logo após a morte do corpo (Eclesiastes 12: 7; e 2 Coríntios 5: 10) e outra na carne, que é também chamada na Bíblia de “geração”. 

Vejamos, com mais detalhes, essas duas ressurreições paulinas. A primeira, no mundo espiritual, acontece quando o indivíduo morre. “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12: 7). E Paulo diz: “Semeia-se (enterra-se) o corpo natural, ressuscita o corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual” (1 Coríntios 15: 44). A expressão “enterra-se” entre parênteses é minha. E também Jesus ensina: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento, pois são iguais aos anjos” (Mateus 22: 30). Ora, anjos são espíritos que não têm também corpos, exatamente, pois, como os espíritos ressuscitados na dimensão espiritual. 

O segundo tipo de ressurreição paulina do espírito é na carne, quando o espírito reencarna, mas em carne humana, e não em carne de corpos de outras espécies, que os gregos antigos e os orientais denominam de metempsicose, condenada também pelo espiritismo. E eis o texto de Paulo sobre essa ressurreição na carne, defendendo, pois, a reencarnação, mas condenando, ao mesmo tempo, a metempsicose: “Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra a dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes” (1 Coríntios 15: 39).

São Paulo não é contraditório, já que quando ele diz que a ressurreição é do espírito, ela é no mundo espiritual, depois da morte do corpo. E quando ele fala que ela é também do corpo, ela é reencarnação, palingenesia, ressurreição do espírito em um novo corpo, corpo esse que a terra ou o pó faz subir, ressuscitar, para o espírito reencarnar, ressuscitar, nele! 

PS: “Presença Espírita na Bíblia”, com este colunista: www.tvmundomaior.com.br e parabólica digital.