Associada à maior rede de imobiliárias do Brasil, a Netimóveis, a CéuLar, uma das 10 maiores empresas do setor na capital, é resultado de um exemplo de sucesso em sucessão familiar. Tudo começou com o patriarca, Fernando Magalhães, de bancário a corretor de imóveis e advogado.

A empresa acaba de comemorar 47 anos, como completa nossa entrevistada, a diretora de Estratégias, Adriana Magalhães: “é nosso maior legado: nosso pai nunca nos forçou a dar continuidade nos negócios. Eu, meu irmão, Fernando Júnior e minha irmã Daniela, apenas seguimos seu exemplo e honramos o trabalho que ele iniciou”.

Desde 1989 como empresária do segmento imobiliário, a também conselheira do Secovi-MG, da Netimoveis Brasil e diretora de Missões Empresarias da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário – ABMI, percebe expressivo crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho em todos os cargos e posições. “Estamos nos posicionando com grande autoridade profissional. Vivemos numa mudança de era. Por isso, acredito que as relações terão conexões diferentes”. A seguir, o resto da aula.

Adriana, direto ao assunto: o empreendedorismo feminino.

Moradias, comportamentos e estruturas familiares estão em constante movimento. A necessidade de contato com a natureza, a busca pelo bem viver, pela simplicidade e melhores relações humanas, além do trabalho, família e carreira desafiam nossa percepção de mundo. E as mulheres têm uma percepção particularmente especial em relação a todas essas frentes. Por isso, estamos muito preparadas para desenvolvermos um trabalho com excelência em todos os setores da escala produtiva.

O que é morar bem?

As pessoas buscam uma vida com mais autonomia.  E esse novo formato de moradia impacta diretamente o mercado imobiliário. Na realidade, se trata do perfil de um inquilino ou proprietário que conquistou a independência financeira, valoriza ter qualidade de vida e é adepto das boas práticas.   Há uma demanda por espaços otimizados, sustentáveis, perto de tudo, para que cada vez mais se percorra distâncias menores. 

Em outra palavra da moda: sustentabilidade?

Esse movimento sinaliza na direção da sustentabilidade, do bem viver, com funcionalidades como energia solar, reutilização de água, coleta seletiva, customização de serviços, espaços de convivência sem desperdícios ou exageros. Tudo adequado ao estilo de vida próprio.

E o “objeto de desejo”, o comprador em potencial?

É quem que quer praticidade e conforto. Essa é a tendência dos imóveis destinados àqueles que moram sozinhos ou com famílias menores e que não abrem mão de itens fundamentais, como segurança e bem-estar. 

Lar, doce lar...

Na prática, eles optam por espaços que deixaram de ser apenas um dormitório para se tornar uma moradia completa, onde se possa descansar, fazer as refeições, trabalhar de forma remota, desfrutar de momentos de boa convivência. Um imóvel próximo de suas identidades e de seus desejos.

De preferência, com muito verde?

Antes as pessoas procuravam imóveis com toda uma infraestrutura: do “playground” ao lazer completo com piscina, quadra, churrasqueiras. Agora, as novas construções valorizam o verde. São as varandas com jardineiras projetadas, parques e praças ao redor, pequenas hortas orgânicas, pomar. Tudo isso agrega e contribui para um outro olhar, corroborando para uma sociedade mais sustentável.

Tão importante quanto à sustentabilidade é a tecnologia?

Entendemos a tecnologia como aliada em todos os processos, oferecendo agilidade e uma boa experiência ao cliente. Acreditamos na tecnologia como forma de diminuir a burocracia na contratação dos serviços e na otimização do tempo. A locação e a venda com fórmulas digitais têm se mostrado excelentes soluções para o aumento da agilidade de contratos. 

Tecnologia e equipe, atendimento personalizado, certo?

Valorizamos o atendimento humano para ouvir, entender e entregar; o que faz toda a diferença.  O nosso jeito “Gente” é exatamente assim: o olho no olho com o “modem a modem”. E o que isso significa? Usar o que há de mais contemporâneo, deixar o cliente no centro de todas as nossas decisões e criar relações que trazem resultados sustentáveis para todas as pessoas envolvidas.

Concretamente, o que encontramos entre as inovações?

Destacamos as facilidades da “tokenização”, ferramenta que vem conquistando cada vez mais espaço no mercado imobiliário digital em Minas Gerais e no país.  Na prática, a “tokenização” imobiliária é uma maneira de negociar ativos representados por um registro digital criptografado: o “token”.  

Uma chave digital? 

Uma modalidade que tem se tornado promissora na área tecnológica no segmento imobiliário. Tudo isso contribui para o aquecimento das vendas, além de trazer inúmeros benefícios em termos de versatilidade e agilidade dos processos.

E a nova marca?

São quase 50 anos de história. E nada melhor que adotar uma nova marca que atualiza o que a empresa representa. Uma identidade visual que traduz criativamente nossa marca e nossos valores. O mercado reconhece na CéuLar uma empresa responsável, séria, competente e extremamente ética. Lidamos com o patrimônio das pessoas, com o que elas têm de maior valor financeiro e precisamos sempre honrar isso.

E ainda sobra espaço para algo mais nobre, ações sociais.

Sempre gostei e acredito muito no voluntariado. Hoje, atuo em dois projetos sociais. Também incorporamos uma postura social ao nosso dia a dia. Somos envolvidos em ações sociais, apoiando projetos de responsabilidade social, contribuindo com iniciativas junto a instituições beneficentes. 

Onde? Quais?

Entre as ações em curso destacamos a participação ativa em entidades do terceiro setor com incentivo a projetos sociais durante todo o ano, campanhas, doações e voluntariado nas diretorias em duas instituições: “Pequeninos do Amor” e “Centro de Apoio e Inclusão Social – CAIS”.  Para nós, essas entregas têm um simbolismo muito especial. São gratificantes, pois corroboram todo um trabalho conjunto que se reverte em resultado social.

E o “Túnel do Tempo” e o templo das memórias?

 Comecei a trabalhar aos 21 anos. Muito jovem, separada, filho pequeno. De repente, me vi responsável por uma imobiliária. Não era fácil naquela época empreender. Porém, independente da insegurança natural, do ambiente de negócios outrora tão masculino, nosso pai sempre nos deu força. E não voltou atrás na decisão de ar o comando do negócio. Fomos um quarteto há quase 50 anos. Hoje, eu e Daniela somos uma dupla que se completa. E que faz entregas. Afinal, todo imóvel carrega consigo uma história de vida. Onde se concretizam sonhos. E nada melhor que fazer parte de um capítulo importante da história de tantos belo-horizontinos.