A contagem regressiva começou. No próximo sábado, 24 de maio, cerca de 15 jornalistas nacionais, 20 mineiros, dez portugueses, nove do trade turístico e 14 influenciadoras digitais 50+, além de outros 450 convidados, participarão da festa de inauguração do Vila Galé Collection Ouro Preto, o 12º da rede portuguesa no Brasil. Tombado em 2014 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), as negociações em torno do novo Vila Galé envolveram o governo de Minas, por meio da agência Invest Minas, os Salesianos e o grupo hoteleiro português.

O local escolhido para o novo hotel foi o 1º Quartel do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais (1779), onde funcionou a Coudelaria Imperial, um centro de criação e aprimoramento de cavalos de raça, e anos depois, com o advento da república, as  Escolas Dom Bosco, em Cachoeira do Campo, às margens da Rodovia dos Inconfidentes (BR-356). Intimamente ligado à história de Minas, o local foi testemunho de momentos importantes, como a Revolta de Filipe dos Santos (1720), a Inconfidência Mineira (1789) e a Revolta do Ano da Fumaça (1883). Também testemunhou a visita de dois imperadores – Dom Pedro I e Dom Pedro II – e serviu de esconderijo para um mártir da Conjuração, Tiradentes.

A escolha do Colégio Dom Bosco (foto acima, crédito: Vila Galé / Divulgação) segue uma estratégia do Vila Galé de valorizar patrimônios históricos e revitalizá-los. Dos 45 hotéis do grupo hoteleiro, dez estão instalados em prédios históricos que foram recuperados. Da marca Collection, de padrão mais elevado e atendimento personalizado, são seis em Portugal: o Vila Galé Braga (antigo convento), o Vila Galé Palácio dos Arcos (palacete em Paço dos Arcos), o Vila Galé Casas D’Elvas (casas da antiga fábrica da ameixa e edifícios históricos do Aljube Eclesiástico e do Conselho de Guerra), o Vila Galé Alter Real (mais antiga coudelaria do mundo, de 1748) e o Vila Galé Tomar (Convento de Santa Iria). 

Segundo o presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), João Paulo Martins, as obras foram conduzidas com absoluto respeito aos critérios de conservação, sob acompanhamento técnico rigoroso do órgão, garantindo a harmonia entre a preservação do bem e seu uso contemporâneo. Protagonista nas negociações para a vinda do Vila Galé para Minas, o presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, considera que equipamentos turísticos de alta qualidade, como o Vila Galé em Ouro Preto, geram empregos, movimentam a economia e ajudam a recontar nossa história de forma viva.

  • A chegada do Vila Galé, primeira bandeira internacional a se instalar em Minas Gerais em mais de 30 anos, é resultado de uma política estratégica que posiciona o Estado no cenário global do turismo. Minas se abre ao mundo com infraestrutura, segurança e experiências únicas, e o mundo está respondendo com confiança, investimento e presença”, afirma Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.

Temático

O novo hotel começa a operar inicialmente com 200 apartamentos dos 311 anunciados (foto acima, crédito: Sylvio Netto / Divulgação), em regime soft opening (pré-abertura) até meados de junho, quando estarão funcionando integralmente todas as unidades. As diárias vão custar entre R$ 800 e R$ 1.000. O Grupo Vila Galé está apostando na alta temporada de inverno para elevar a ocupação e nas campanhas de promoção no mercado europeu. A escolha de Ouro Preto para o hotel  também colocou na balança a proximidade de grandes centros emissores como São Paulo e Rio de Janeiro. “Estamos apostando na curiosidade do mercado”, afirma Gonçalo Rebelo de Almeida, do Grupo Vila Galé e filho do fundador e CEO, Jorge Rebelo.

Temáticos na sua essência, os hotéis da rede devem honrar a história do próprio edifício e da cidade de Ouro Preto. Os quartos fazem referência à Real Coudelaria, ao Santuário de Coração de Jesus, no distrito de Miguel Burnier, à igreja de São Francisco de Assis, ao mestre Aleijadinho e outros ícones arquitetônicos e referências culturais da cidade histórica e seus arredores.

Dos 311 quartos, 95 (foto acima. crédito: Sylvio Netto / Divulgação) estarão no edifício histórico. Dois blocos novos terão 216 apartamentos. são cinco categorias:

  • Apartamento (224 unidades de 18m² até 41m² acomodando dois ou três adultos ou dois adultos e uma criança);
  • Apartamento familiar (37 unidades de 41m² até 49m² para até dois adultos e duas crianças de até 12 anos),
  • Apartamento familiar NEP (32 unidades de 41m² decorados com a turma do NEP para até dois adultos e duas crianças);
  • Suíte (18 unidades de até 56m² acomodando até três adultos ou dois adultos e uma criança).
  • Entre os serviços oferecidos estão aluguel de equipamento audiovisual, Wi-Fi gratuito, serviço de banquetes, secador de cabelo, cafeteira e estacionamento.

Um memorial deve prestar homenagem aos Salesianos e à Polícia Militar – o 1º Quartel do Regimento foi a célula que originou os batalhões da PM. “Os edifícios que correspondem ao Regimento foram restaurados e transformados em áreas sociais, dois bares, restaurantes e lobby”, conta Almeida.

Inauguração

O jantar de inauguração já antecipa como será a gastronomia do novo hotel. As chefs Carolina Fadel e Maria Clara Magalhães vão pilotar um fogão a lenha e preparar, em as de pedra-sabão, dois pratos: “Festa na Roça” (frango caipira com quiabo, angu de milho-crioulo vermelho com Queijo Minas Artesanal e uma verdura pinçada dos quintais) e “Almoço de Domingo” (macarrão com bechamel de feijão e porco caipira à pururuca). “Queremos mostrar aos portugueses do Vila Galé como os mineiros do interior recebem suas visitas, fazendo-os sentir como se estivessem em sua própria casa”, pontua Carol.

Pratos como bobó de camarão, pirarucu ao molho de tucupi e leitão à pururuca vão dialogar com outros típicos da culinária portuguesa, como bacalhau à lagareiro, arroz de pato à antiga e leitão assado à Bairrada. Dos três restaurantes do resort, um será dedicado à cozinha regional e brasileira – os outros acompanham a tradição da rede, destacando a culinária  internacional. “Queremos escolher um chef local. Temos que respeitar o legado do que o mineiro é e tem de melhor, sua gastronomia”, revela Almeida. Uma estação de doces mineiros e portugueses, com destaque para a goiabada-cascão, deve encantar os comensais.

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